Encerramento de 2025: mensagem da Direção do CECH à comunidade
A conhecer primeiramente a palavra amor
E conduza quem sabe escrever
A estudar muito mais, sempre, até ser doutor
Mas a ponte pra quem sabe tudo
Que a força da dureza não cala o cantor
Ei, Cantor!
(“Não cala o cantor”, de Leci Brandão. Álbum Essa Tal Criatura. 1980. Composição: Leci Brandão. Produção: Paulo Debetio.)
Valemo-nos do pensamento e da criação artística de Leci Brandão, Dra. Honoris causa pela UFSCar em 2025, para celebrar esse gesto e finalizar o ano de 2025, que marca a recondução de nossa gestão à frente da Direção do CECH.
Essa outorga consagra um trabalho coletivo e demonstra nossa postura frente ao que entendemos sobre o lugar das humanidades. Externamos nossos agradecimentos à gestão superior da universidade por permitir esse reconhecimento que engrandece a UFSCar e reposiciona nossas epistemologias junto à estética de quem sabe que nossa tarefa é “encaminhar quem não sabe ler” a conhecer primeiramente o amor no sentido da solidariedade, o que reflete o que entendemos por pensar e fazer pesquisa sobre as educação e ciências humanas.
Essa inspiração nos levou a construir o ciclo de debates “A Universidade Pública e as Humanidades pensam o Brasil” com a tarefa de pensar o Brasil a partir das questões colocadas pelas humanidades que terá continuidade em 2026. O primeiro encontro contou com a presença do Prof. Dr. João Carlos Salles (UFBA) que realizou a palestra “O papel da Universidade pública no contexto atual”, e o segundo ocorreu com o Prof. Dr. Deividson Nkosi (USP) com a palestra “Estudos fanonianos em perspectiva” (realizado em parceria com o Coletivo UFSCRIAS F.C. “Fronteiras e conexões entre a vivência acadêmica e a produção cultural”, pela qual agradecemos), abordando o centenário de Frantz Fanon, completado em 2025. Salientamos os demais eventos e atividades de todas as unidades do CECH os quais permitiram a circulação de saberes e manteremos os esforços para dar visibilidade e alcance aos debates sobre as questões das humanidades.
Cumprir as funções e compromissos de gestão nos foi possível pelo trabalho cotidiano da equipe do Gabinete da Direção, formada por pessoas comprometidas com o desenvolvimento de suas respectivas atividades, sem as quais a gestão do Centro seria impossível. Soma-se a isso o apoio recebido pela comunidade do CECH ao longo da primeira gestão (2020-2024), que sempre se mostrou disposta a colaborar com as diferentes necessidades do Centro. Dessa forma, re-começamos na perspectiva de trabalhar para o coletivo e com o coletivo, tal como a vida que pulsa na poesia “Eu, surda... vida que pulsa!”.
Em paralelo, surgiram outras demandas ao longo deste ano, tais como aquelas referentes a diferentes reformulações que impactam nossas práticas e fazeres em ensino, pesquisa e extensão. Acompanhamos mudanças administrativas em unidades do CECH, levando a sua ampliação como a integração do Colégio de Aplicação da UFSCar como unidade do Centro e seu recente reconhecimento pelo MEC. Tais mudanças não se configuram como meras adequações na estrutura organizacional, mas decorrem da busca pela valorização das especificidades dos diferentes campos do conhecimento que integram as Humanidades, bem como da necessidade de criar as condições para a atuação nas diferentes frentes do trabalho na universidade.
Avaliando as ações realizadas e reforçando nossa responsabilidade com os desafios do tempo futuro, marcamos oposição a “(...) essa gente negligente / Quase sempre indiferente / À nossa canção” e encerramos este ano de 2025, nos comprometendo a conduzir “quem sabe quem sabe escrever / A estudar muito mais, sempre, até ser doutor”. Nos gestos que expressam “Que a força da dureza não cala o cantor”, externamos nossos votos de excelente fim de ano renovando a tarefa que se coloca para quem educa pessoas.
Desejamos um ótimo final de ano e um excelente 2026 a toda a Comunidade do CECH.
Com os melhores cumprimentos,
Profa. Dra. Ana Cristina Juvenal da Cruz
Diretora do CECH
Prof. Dr. Adelcio Camilo Machado
Vice-Diretor do CECH