Abertura e programação do evento Alma – Antropofagia, literatura, modernismo e audiovisual

Começa amanhã evento ALMA com participação de artistas e pesquisadores do Brasil, Portugal e África. 

 

Convidamos a comunidade acadêmica para a abertura do evento Alma – Antropofagia, literatura, modernismo e audiovisual- que será realizada amanhã (25.03) a partir das 14:30 horas, no horário de Brasília, com a participação dos parceiros institucionais do evento: UFSCar, Universidade do Algarve, Universidade Estadual de Minas Gerais e Polo Audiovisual da Zona da Mata.

Após a abertura, teremos a conferência do escritor angolano, João Melo, “Antropofagia para além da brasilidade”, mediada pelo Professor Daniel Laks, da UFSCar.

 

Segue o link do evento que será transmitido ao vivo no canal do CIAC da Universidade do Algarve.

https://www.youtube.com/watch?v=tUC2GspuhXs

 

Aqueles que quiserem emissão de certificados deverão fazer a inscrição com antecedência nesse formulário

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScTlkRGR_URHfeNB0Nh6rJPOiIonSWAeondgN8Kxez4T8gk-w/viewform

 

O projeto Alma prevê uma séria de debates entre os meses de março e novembro, conforme a programação abaixo.

 

1. Conferência de abertura: João Melo: 25/03

 

Aníbal João da Silva Melo é um escritor, poeta e jornalista angolano. Nascido em Luanda, em 1955, é membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Já publicou mais de vinte livros em diferentes gêneros literários (poesia, contos, ensaios), publicados em países como Portugal, Cuba, Brasil. A sua poesia aborda o processo histórico angolano. Já publicou cinco livros de contos, entre eles Filhos da Pátria, O dia em que Pato Donald comeu a Margarida pela primeira vez, O homem que não tira o palito da boca.

Tema : Antropofagias para além da brasilidade.

 

 

2. Mesa de debate entre o escritor brasileiro Luis Rufatto e o diretor português José Barahona que adaptou o livro de Rufatto “Estive em Lisboa e lembrei de você”, para as telas. Data da conferência 29/04. 

O livro do escritor mineiro Luiz Rufatto narra a história de Serginho, um jovem desiludido pela falta de perspectivas econômicas e existenciais no Brasil e migra para Portugal em busca de recompor a vida. 

A temática do livro e sua adaptação para as telas diz respeito a um interessante diálogo cultural entre Brasil e Portugal.

Tema : Fluxos migratórios e culturais na contemporaneidade. 

 

Luiz Rufatto é escritor brasileiro, nascido em Cataguases- MG. Publicou diversos livros, entre eles Inferno Provisório, De mim já nem se lembra, Flores Artificiais, Estive em Lisboa e lembrei de você, Eles eram muitos cavalos. Suas obras ganharam edições em Portugal, Argentina, França, Itália e Finlândia. Em 2016, foi agraciado com o Prêmio Internacional Herman Hesse, na Alemanha.

 

José Barahona é formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, tendo completado os seus estudos em Cuba e Nova Iorque. Foi programador e produtor da Mostra Cinema Português Contemporâneo que acontece anualmente em várias cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, entre outras.

Estreou em 2016 agora a sua primeira longa-metragem de ficção Estive em Lisboa e Lembrei de Você, adaptação do romance homônimo de Luiz Ruffato. O filme ganhou os prémios Cineuphoria em Portugal de Melhor ator, prémio do público, melhor argumento e melhor música. Em 2020 estreou o documentário passado na Amazónia, Nheengatu, premiado nacionalmente e internacionalmente em vários festivais

 

 

3. Mesa de debate com Ana Soares e Isabel Nogueira (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa), sobre “O Moderno em Ernesto de Sousa”, um dos mais relevantes e dinâmicos modernistas portugueses, no cinema, mas sobretudo nas artes plásticas, autor de dois documentários sobre Almada Negreiros (cuja obra conhecia muito bem) e realizador do filme “Dom Roberto” (1962), única longa-metragem realizada pelo artista português Ernesto de Sousa. Data da realização 20/05.

 

Ana Isabel Soares é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português/Inglês) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL; 1993) e Doutorada em Teoria da Literatura pela mesma Faculdade (2003), onde, em 2009, completou uma investigação de pós-doutoramento sobre cinema português e poesia. Tem exercido a docência universitária na Universidade do Algarve, onde é Professora Auxiliar, tendo já ensinado um semestre no Programa em Teoria da Literatura da FLUL e vários cursos intensivos em universidades estrangeiras. Integrou a equipa de fundadores da Associação de Investigadores da Imagem em Movimento, de que foi a primeira Presidente (2010-2014). A sua atividade científica tem-se relacionado com as áreas da Teoria da Literatura, e com obras multiartísticas (David Wojnarowicz), fílmicas (Manoel de Oliveira, António Reis e Margarida Cordeiro) e literárias (nomeadamente, poesia portuguesa do século XXI). Os ensaios resultantes das suas reflexões têm sido publicados em revistas portuguesas e brasileiras. É membro do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (Universidade do Algarve).

 

Isabel Nogueira (n. 1974) é doutorada em Belas-Artes, área de especialização em Ciências e Teorias da Arte (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e pós-doutorada em História e Teoria da Arte Contemporânea e Teoria da Imagem (Universidade de Coimbra e Université Paris 1 PanthéonSorbonne). É historiadora de arte contemporânea, professora universitária, ensaísta e crítica de arte. E autora correspondente da revista Recherches en Esthétique. No domínio do ensaio, publicou as seguintes monografias: Do pós-modernismo à exposição Alternativa Zero, Nova Vega, 2007; Alternativa Zero (1977): o reafirmar da possibilidade de criação, CEIS20/Universidade de Coimbra, 2008; A crítica nas artes: fundamentos, conceitos e funções (coord.), CEIS20/Universidade de Coimbra, 2011; Teoria da arte no século XX: modernismo, vanguarda, neovanguarda, pós-modernismo, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012; 2.ªa ed. 2014; Théorie de l’art au XXe siècle: modernisme, avant-garde, néo-avant-garde, postmodernisme, Éditions L’Harmattan, 2013; Artes plásticas e crítica em Portugal nos anos 70 e 80: vanguarda e pósmodernismo, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013 ; 2.ª ed. 2015 ; Modernidade avulso: escritos sobre arte, Edições A Ronda da Noite, 2014; A imagem no enquadramento do desejo: transitividade em pintura, fotografia e cinema. Lisboa: EPrimatur, 2016.

 

 

4. Mesa de debate entre a diretora de cinema Elza Cataldo, para falar sobre o filme “As Órfãos da Rainha”, que trata da inquisição portuguesa no Brasil colonial e o ator e documentarista português, Miguel Pinheiro.

Tema: olhares contemporâneos sobre a história. Data de realização 30/09

O filme As Órfãos da Rainha está em processo de lançamento e contou com a ajuda de Miguel Pinheiro na direção de personagens.

 

Elza Cataldo, diretora de cinema e roteirista

Diretora, produtora e roteirista, com longas e curtas-metragens premiados em festivais no Brasil e no mundo, Elza Cataldo é formada em Cinematografia pela Universidade de Nanterre e doutora na Universidade Paris 5, Sorbonne, na França. Foi também professora e pesquisadora na Universidade Federal de Minas Gerais. 

Em sua obra, Elza Cataldo volta o olhar para a presença e o protagonismo das mulheres na história do país, frequentemente negligenciada nos registros históricos. Sua produção mais recente (2019), o longa-metragem “As Órfãs da Rainha”, conta a saga de três irmãs portuguesas obrigadas a deixar seu país e vir para o Brasil com a missão de povoar o novo mundo, no contexto da Inquisição no século XVI.

 

Miguel Pinheiro, ator, fotógrafo e diretor português

Nascido sob o feitiço do Oceano Atlântico, numa terra de poetas e marinheiros, Miguel é um ex-neurocientista e um premiado artista português, com foco na biodiversidade cultural das comunidades tradicionais. Seus projetos multimídia foram publicados na Europa, na África e nas Américas, em veículos como NowThisMongabayPúblico ou O Globo… Seu trabalho fotográfico fez parte da Agenda Cultural das Olimpíadas do Rio 2016, e tem integrado exposições individuais e coletivas em vários lugares do mundo. Como ator, sua presença se estende ao TV, Teatro e Cinema, em oito países e em quatro idiomas diferentes. Como documentarista e cineasta, colaborou recentemente com o artista chinês Ai Wei Wei, e paralelamente desenvolve um documentário sobre culturas indígenas ameaçadas na Amazônia, onde sua produtora está localizada.

 

 

5. Mesa de debate com Mirian Tavares, Pesquisadora e Coordenadora do CIAC- Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve e a pesquisadora Patrícia Dourado sobre processos de criação na obra do realizador brasileiro, obra que é autobiográfica e ao mesmo tempo profundamente ficcional, uma ficção construída de afetos. Leonardo Mouramateus reside em Portugal e será convidado a participar no debate. Data de realização

6. Mesa de debates com os diretores Isael Maxacali e Charles Bicalho, que produziram o filme de animação, o dilúvio Maxakali. O filme trata da versão Maxakali para a história do dilúvio e o processo de produção e animação foi feito a partir de oficinas com os indígenas que participaram do processo.

Título sugerido: Antropofagias tecnológicas.

 

Charles Bicalho.

Graduado em Letras, língua portuguesa (1997) e língua alemã (2000) pela UFMG. Master of Arts em Estudos Literários pela Universidade do Novo México (UNM), EUA, em 2004. Doutorado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da UFMG com a tese intitulada "Koxuk, a imagem do yãmîy na poética maxakali", em 2010. Pós-Doutorado junto ao FIEI-REUNI na Faculdade de Educação da UFMG, em 2011-12. Pós-Doutorado em Mídia junto à Universidade do Novo México, com bolsa da CAPES, em 2012-13. Professor de Metodologia Científica, Leitura e Produção de Textos Cultura Midiática e Educação na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Professor na Escola de Design da UEMG, de 2014 a 2017. Membro fundador e coordenador da Pajé Filmes, produtora audiovisual indígena. Organizador geral e curador da Mostra Pajé de Filmes Indígenas em Belo Horizonte. Produtor, roteirista, editor e diretor cinematográfico. Diretor dos filmes de curta-metragem Caligrafilmes (2008); Making Of Dicionário (2012); Pirapora (2012); Konãgxeka: O Dilúvio Maxakali (2016) e Mãtãnãg, A Encantada (2019). Atua principalmente nos seguintes temas: índios de Minas Gerais, Semiótica, Literatura, Cinema e Novas Mídias, Design e Comunicação.

 

Isael Maxacali 

Indígena nascido na aldeia de Água Boa, município de Santa Helena de Minas (MG). Desde os anos 2.000 participou de oficinas de vídeo em Belo Horizonte, aprendendo a filmar e montar seus filmes, além de desenhar. Filmografia.

Filmografia
2019
– “Yãmiyhex: as mulheres-espírito”, longa, co-diretor, direção de Sueli e Isael Maxakali, realização Associação Filmes de Quintal
2016
– “Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali”, curta de animação, co-diretor, direção de Isael Maxakali e Charles Bicalho, realização Pajé Filmes
2015
– “Kakxop pit hãmkoxuk xop te yũmũgãhã”: a iniciação dos filhos dos espíritos da terra, diretor do longa-metragem, realização Associação Filmes de Quintal
2011
– “Xupapoynãg”, diretor do curta-metragem, realização Pajé Filmes
– “Kotkuphi”, diretor do média-metragem, realização Pajé Filmes
– “Yãmîy”, diretor do curta-metragem, realização Pajé Filmes
– “Quando os yãmîy vêm cantar conosco”, co-diretor do longa-metragem, direção de Isael Maxakali, Sueli Maxakali e Renata Otto Diniz
2010
– “Yiax Kaax – Fim do Resguardo”, diretor do média-metragem, realização Pajé Filmes
2009
– “Xokxop pet”, diretor do curta-metragem, realização Pajé Filmes
2007
– “Tatakox”, diretor do curta-metragem, realização Associação Filmes de Quintal

Prêmios
– Prêmio Carlos Reichenbach de Melhor Longa da Mostra Olhos Livres, pelo Júri Jovem da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Publicações
– Maxakali, Isael et alli. 2008. Hitupmã’ax: curar.  Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, Cipó Voador.

 

 

Anexos: 

 

 

 

Pedro Henrique Varoni de Carvalho

Professor no Departamento de Letras e no

Programa de Pós-Graduação em Linguística

da Universidade Federal de São Carlos