Live: Tekoha que se levanta - terça 21/07, 17hrs - Projeto Desembolha

 

[LIVE] TEKOHA QUE SE LEVANTA – COSMOPOLÍTICA GUARANI KAIOWÁ  
Transmissão: http://tiny.cc/a3mbrz  
Dia 21/07, terça, 17 hs, com a participação de Eliel Benites, Spensy Pimentel e Clarice Cohn.  

Eliel vem trabalhando na formação de professores de seu povo, os Guarani Kaiowá, o que o levou ao mestrado em Pedagogia e, agora, ao doutorado em Geografia, que ele desenvolve ao mesmo tempo que dá aulas na FAIND-UFGD, em Dourados. No duro contexto das retomadas de terras controladas pelo latifúndio, Eliel vem percebendo como a relações tecidas entre mulher, homens, crianças, ambientes e deuses reconstroem o território tradicional, o Tekoha. "Levantar aldeia é retomar o teko joja como estratégia para recompor as energias do próprio tekoha, através do jekoha (sustentador), para possibilitar o vy'a renda (lugar de alegria) multiplicado", escreve, de modo inspirado, Eliel. É essa prática e visão que o levou à produção de imagens, também elas criadas neste "levantar", e à criação da Ascuri (Associação Cultural dos Realizadores Indígenas). 

Spensy, jornalista que se tornou antropólogo, vem, há muito, atuando em apoio à comunicação da luta indígena no Mato grosso do Sul. Foi desta participação que surgiu seu doutorado, sobre a cosmopolítica guarani kaiowá. Spensy também desdobrou seu trabalho em forma audiovisual, atuando na pesquisa e produção de documentários, como o recente Monocultura da fé, sobre a perseguição violenta aos pajés, por evangélicos financiados por fazendeiros.  

Clarice Cohn convive e escreve, há muitos anos, sobre os Xikrin do Bacajá, no Pará. Viu seus amigos Xikrin enfrentando o monstro de Belo Monte, atuando em muitas ocasiões ao seu lado, em diversos níveis de mobilização, inclusive nas ações de comunicação e denúncia dos Xikrin, frente à sociedade nacional. de Seu trabalho na área da antropologia da criança a levou a atuar na educação indígena. Na UFSCar, onde tem forte atuação nas ações afirmativas, criou o Observatório da Educação Escolar Indígena (OEEI/UFSCar).  

Comum a  eles, o compromisso com a resistência indígena, pautando a reflexão, a ações de comunicação, a vida, enfim.

 

O projeto Desembolha, coordenado por Leandro Saraiva, promove encontros e conversas entre pesquisas, ação social e comunicação, nos mais variados campos, apostando na universidade como um lugar de encontro aberto a todos, a serviço de uma reflexão coletiva, capaz de intervir e contribuir nos muitos desafios enfrentados pela nossa sociedade.  

É um projeto de extensão do Grupo Geminis, da UFSCar, dedicado à pesquisa das formas múltiplas do audiovisual na comunicação contemporânea, em parceria com o LabOutros, do Urbanismo da FAU/USP e o Diversitas Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, também da USP.